Lauraceae

Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Aniba firmula (Lauraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

2.791.597,601 Km2

AOO:

512,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: BAHIA, município de Anchieta (Folli 7339), Camacan (Liuth 142), Correntina (Jardim 3712), Jussari (Amorim 2347); DISTRITO FEDERAL, Brasília (Guarino 359); ESPÍRITO SANTO, município de Conceição da Barra (Oliveira 672), Iúna (Zorzanelli 509), João Neiva (Folli 7389), Linhares (Moraes 3699), Santa Leopoldina (Magnago 956), Santa Maria de Jetibá (Kollmann 1630), Santa Teresa (Kollmann 2425), Sooretama (Giaretta 704); MATO GROSSO DO SUL, município de Corumbá (Quinet 2215); MINAS GERAIS, município de Açucena (Rezende 879), Barroso (Assis 598), Barão de Cocais (Ferreira-Filho 1194), Carandaí (Mota 433), Carangola (Leoni 5536), Couto de Magalhães de Minas (Costa 615), Descoberto (Forzza 1878), Diamantina (Otoni 2), Dores do Turvo (Heleno 119), Faria Lemos (Leoni 4978), Francisco Dumont (Hatschbach 73772), Guaraciaba (Vidal 641), Itambé do Mato Dentro (Santos 400), Juiz de Fora (Castro 15), Mariana (Messias 777), Marliéria (Bovini 1408), Ouro Preto (Siqueira 535), Santana do Paraíso (Sobral 14579), Santana de Pirapama (Zappi 2482), Santana do Riacho (Ferreira-Junior 692), São Gonçalo do Rio Preto (Pontes 409), Viçosa (Simão 348); PARANÁ, município de Adrianópolis (Brotto 1876), Guaratuba (Holsbach 14), Matinhos (Brotto 778), Paranaguá (Brotto 364), Pontal do Paraná (Bonaldi 601); PERNAMBUCO, município de Jaqueira (Correia 79), São Vicente Férrer (Ferraz 853); RIO GRANDE DO SUL, município de Dom Pedrito (Gaui 510), Morrinhos do Sul (Mancino 447); RIO DE JANEIRO, município de Cabo Frio (Fernandes 937), Cachoeiras de Macacu (Finotti s.n.), Camorim (Freire 334), Guapimirim (Pereira 07/47), Macaé (Quinet s.n.), Miguel Pereira (Rodrigues 38), Niterói (Barros 3042), Nova Iguaçu (Gaui 373), Paraty (Borges 24), Petrópolis (Ribeiro 1287), Rio de Janeiro (Gaui 516), Rio das Ostras (Oliveira 328a), Santa Maria Madalena (Brotto 1912), Sapucaia (Pereira 56/61), Silva Jardim (Pessoa 1218), Teresópolis (Thier 197); SANTA CATARINA, município de Apiúna (Korte 4239), Blumenau (Caglioni 93), Garuva (Augusto-Silva 50), Gaspar (Maçaneiro 24), Ibirama (Sevegnani s.n.), Ilhota (Sevegnani s.n.), Indaial (Korte 3211), Itapoá (Canha s.n.), Jaraguá do Sul (Klemz 76), Joinville (Sevegnani s.n.), Lontras (Meyer 48), Morro da Fumaça (Verdi 3329), Nova Veneza (Verdi 3076), Penha (Funez 2572), Porto Belo (Schmitt 1346), Pouso Redondo (Verdi 705), Rio do Sul (Korte 6453), Rodeio (Funez 4954), São Francisco do Sul (Vieira 864), Santa Rosa de Lima (Carneiro 8), Treviso (Verdi 3411); SÃO PAULO, município de Bananal (Polisel 863), Bertioga (Sampaio 318), Bofete (Viani 417), Botucatu (Moraes 3147), Campinas (Bertoni 623), Cananéia (Urbanetz 442), Eldorado (Tsuji 1995), Iguape (Gorenstein 122), Ilhabela (Colletta 1254), Itanhaém (Ivanauskas 44887), Mairiporã (Arzolla 646), Paraibuna (Stefani 247), Pariquera-Açu (Torres 1746), Piracaia (Ivanauskas 6415), São José do Barreiro (Serafim 414), São Luiz do Paraitinga (Padgurschi 263), São Miguel Arcanjo (Moraes 3156), São Sebastião (Souza 512), Ubatuba (Aranha 367), Valinhos (Guillaumon s.n.).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pau-rosa, louro-rosa, canela-rosa ou canela sassafrás, foi coletada em Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual associadas a Mata Atlântica nos estados da Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=2399768 km², presença em Unidades de Conservação, grande amplitude de habitats e grande representatividade em herbários. Além disso, é considerada uma espécie comum, com população abundante e distribuição abrangente em todo o leste do Brasil. Assim como outras congêneres, a espécie destaca-se pelo alto valor econômico, devido a constituição do óleo essencial encontrado principalmente no lenho e na casca (Marques, 2001; Morais et al., 1972), além de aplicações diversas na carpintaria e marcenaria em geral (Marques, 2001). Mesmo diante dessa pressão direta de uso em algumas áreas de ocorrência, A. firmula foi considerada como de Menor Preocupação (LC) neste momento. Estudos específicos sobre números e tendências populacionais e impacto das pressões de uso diretas devem ser conduzidos a fim de subsidiar uma avaliação de risco de extinção robusta e evitar assim sua inclusão em categoria de ameaça mais restritiva no futuro.

Último avistamento: 2017
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Jahrb. Königl. Bot. Gart. Berlin 5: 58. 1889. Popularmente conhecida por pau-rosa, louro-rosa (Marques, 2001), canela-rosa, canela sassafrás (Baitello, 2003; Barbosa et al., 2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: As espécies do gênero Aniba destacam-se pelo alto valor econômico, devido a constituição do óleo essencial encontrado principalmente no lenho e na casca (Marques, 2001; Morais et al., 1972). Além da presença dos óleos (Morais et al., 1972), a madeira de Aniba firmula é própria para a carpintaria e marcenaria (Marques, 2001). Na região do Vale do Ribeira usa- se a madeira desta espécie em coronha de espingarda e em Ubatuba é ainda utilizada para sombrear plantios do cacaueiro (Baitello, 2003).

População:

Detalhes: Em Santa Catarina, no componente arbóreo/arbustivo da Floresta Ombrófila Densa foram amostrados 289 indivíduos e na regeneração natural a espécie obteve densidade absoluta de 21,0 ind./ha (Vibrans et al., 2013a). Foi considerada uma espécie comum, com população abundante e distribuição abrangente na Floresta Ombrófila Densa no estado de Santa Catarina (Gasper et al., 2018). Em Minas Gerais, no componente arbóreo de um continuum entre floresta paludosa e de encosta foram registrados 24 indivíduos com diâmetro maior ou igual a 5 cm em 1 ha amostrado (Rocha et al., 2005). No Rio de Janeiro, em 0,6 ha de floresta ombrófila densa foram registrados 14 indivíduos da espécie com diâmetro igual ou superior a 10 cm (Moreno et al., 2003). Em um trecho de floresta de brejo em São Paulo foi registrado um único indivíduo com diâmetro de 4,7 cm em 1 ha amostrado (Ivanauskas et al., 1997).
Referências:
  1. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2013a. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. IV, Floresta Ombrófila Densa. Edifurb, Blumenau, 576 p.
  2. Gasper, A.L. de, Oliveira, L.Z., Lingner, D.V., Vibrans, A.C. (Orgs.), 2018. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. VII, Espécies arbóreas raras de Santa Catarina. Edifurb, Blumenau, 256 p.
  3. Rocha, C.T. V., Carvalho, D.A., Fontes, M.A.L., Oliveira-Filho, A.T., Van Den Berg, E., Marques, J.J.G.S.M., 2005. Comunidade arbórea de um continuum entre floresta paludosa e de encosta em Coqueiral, Minas Gerais, Brasil. Rev. Bras. Botânica 28, 203–218.
  4. Moreno, M.R., Nascimento, M.T., Kurtz, B.C., 2003. Estrutura e composição florística do estrato arbóreo em duas zonas altitudinais na mata atlântica de encosta da região do Imbé, RJ. Acta Bot. Brasilica 17, 371–386.
  5. Ivanauskas, N.M., Rodrigues, R.R., Nave, A.G., 1997. Aspectos ecológicos de um trecho de floresta de brejo em Itatinga, SP: florística, fitossociologia e seletividade de espécies. Rev. Bras. Bot. 20, 139–153.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvore até 10 m de altura, ocorrendo na floresta ombrófila densa da planície e encosta atlânticas e vegetação ciliar associada, e na floresta estacional semidecidual submontana a montana (Baitello, 2003).
Referências:
  1. Baitello, J.B., 2003. Lauraceae, in: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M., Kirizawa, M. (Orgs.), Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, p. 149–224.
  2. Aniba in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB8383>. Acesso em: 09 Out. 2018

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores e frutos o ano todo (Baitello, 2003).
Fenologia: flowering (Jan~Dec), fruiting (Jan~Dec)
Estratégia: unknown
Sistema sexual: hermafrodita
Sistema: unkown
Referências:
  1. Baitello, J.B., 2003. Lauraceae, in: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M., Kirizawa, M. (Orgs.), Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, p. 149–224.

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat,mature individuals past,present,future national very high
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops past,present,future national very high
O Cerrado contém extensas áreas em condições favoráveis à agricultura intensiva e à pecuária extensiva (Tavares et al., 2010), sendo cerca de 40% da área convertida para estes usos (Rachid et al., 2013). Essa região é responsável pela produção de cerca de 49% dos grãos no Brasil (Rachid et al., 2013), em particular a soja, o milho e o algodão (Bojanic, 2017; Castro et al., 2010; Ratter et al., 1997). O Cerrado brasileiro sofreu perdas particularmente pesadas para o avanço da soja (Fearnside, 2001), tendo cerca de 10,5% de sua área ocupada por culturas agrícolas (Sano et al., 2008). Segundo Fearnside (2001), a soja é muito mais prejudicial do que outras culturas, porque justifica projetos de infra-estrutura de transporte maciço que desencadeia outros eventos que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além do que já é diretamente usado para o seu cultivo. A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Vera-Diaz et al., 2008). A agricultura também é responsável pela alteração dos usos do solo na Mata Atlântica (Landau, 2003; Rolim e Chiarello, 2004; Vibrans et al., 2013a).
Referências:
  1. Tavares, O.C.H., Lima, E., Zonta, E., 2010. Crescimento e produtividade da cana planta cultivada em diferentes sistemas de preparo do solo e de colheita. Acta Sci. - Agron. 32, 61–68.
  2. Rachid, C.T.C.C., Santos, A.L., Piccolo, M.C., Balieiro, F.C., Coutinho, H.L.C., Peixoto, R.S., Tiedje, J.M., Rosado, A.S., 2013. Effect of sugarcane burning or green harvest methods on the Brazilian Cerrado soil bacterial community structure. PLoS One 8, e59342.
  3. Bojanic, A., 2017. The rapid agricultural development of Brazil in the last 20 years. EuroChoices 16, 5–10.
  4. Castro, S.S., Abdala, K., Silva, A.A., Bôrges, V.M.S., 2010. A expansão da cana-de-açúcar no Cerrado e no estado de Goiás: elementos para uma análise espacial do processo. Bol. Goiano Geogr. 30, 171–191.
  5. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F., Bridgewater, S., 1997. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Ann. Bot. 80, 223–230.
  6. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38.
  7. Sano, E.E., Rosa, R., Brito, J.L.S., Ferreira, L.G., 2008. Mapeamento semidetalhado do uso da terra do Bioma Cerrado. Pesqui. Agropecuária Bras. 43, 153–156.
  8. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: the climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431.
  9. Landau, E.C., 2003. Padrões de ocupação espacial da paisagem na Mata Atlântica do sudeste da Bahia, Brasil, in: Prado, P.I., Landau, E.C., Moura, R.T., Pinto, L.P.S., Fonseca, G.A.B., Alger, K. (Orgs.), Corredor de biodiversidade da Mata Atlântica do sul da Bahia. IESB/CI/CABS/UFMG/UNICAMP, Ilhéus, p. 1–15.
  10. Rolim, S.G., Chiarello, A.G., 2004. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodivers. Conserv. 13, 2679–2694.
  11. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2013a. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. IV, Floresta Ombrófila Densa. Edifurb, Blumenau, 576 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,mature individuals past,present,future national very high
A atividade pecuária é um dos principais usos do solo na Mata Atlântica e, particularmente no Cerrado e Amazônia (ver Nepstad et al., 2006; Pereira et al., 2012; Vibrans et al., 2013a). As pastagens cultivadas ocupam cerca de 26,5% do território e representam o principal uso do solo do Cerrado (Sano et al., 2008). Na Amazônia, o aumento do desmatamento entre 2002-2004 foi, principalmente, resultado do crescimento do rebanho bovino, que cresceu 11% ao ano de 1997 até o nível de 33 milhões em 2004, incluindo apenas aqueles municípios com florestas de dossel fechado compreendendo pelo menos 50% de sua vegetação nativa (Nepstad et al., 2006).
Referências:
  1. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon soy and beef industries: opportunities for conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603.
  2. Pereira, P.A.A., Martha-Jr., G.B., Santana, C.A.M., Alves, E., 2012. The development of Brazilian agriculture: future technological challenges and opportunities. Agric. Food Secur. 1, 1–12.
  3. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2013a. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. IV, Floresta Ombrófila Densa. Edifurb, Blumenau, 576 p.
  4. Sano, E.E., Rosa, R., Brito, J.L.S., Ferreira, L.G., 2008. Mapeamento semidetalhado do uso da terra do Bioma Cerrado. Pesqui. Agropecuária Bras. 43, 153–156.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Estudos também apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al,. 2015; Ratter et al., 1997). A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al. 2016).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
  2. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F., Bridgewater, S., 1997. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Ann. Bot. 80, 223–230.
  3. Françoso, R.D., Brandão, R., Nogueira, C.C., Salmona, Y.B., Machado, R.B., Colli, G.R., 2015. Habitat loss and the effectiveness of protected areas in the Cerrado Biodiversity Hotspot. Nat. Conserv. 13, 35–40.
  4. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D. and Stolton, S. (editors), 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations habitat,mature individuals past,present,future national very high
As florestas plantadas de Eucalyptus spp. estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados de Minas Gerais, com maior área plantada, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (Baesso et al., 2010). Monoculturas florestais com Eucalyptus spp., ocupando 4,85% da paisagem, é o principal uso do solo identificado na Região Extremo Sul da Bahia, decorrente do estabelecimento de grandes empresas reflorestadoras nessa região (Landau, 2003). Segundo Siqueira et al. (2004) a partir da criação de programas de extensão e fomento florestal do governo e de empresas privadas na década de 1990 iniciou-se a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus no estado do Espírito Santo. O Estado possui cerca de 35% de sua área com aptidão preferencial para a atividade florestal, apresentando os maiores índices mundiais de produtividade de Eucalyptus (Siqueira et al., 2004).
Referências:
  1. Baesso, R.C.E., Ribeiro, A., Silva, M.P., 2010. Impacto das mudanças climáticas na produtividade do eucalipto na região norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Ciência Florest. 20, 335–344.
  2. Landau, E.C., 2003. Padrões de ocupação espacial da paisagem na Mata Atlântica do sudeste da Bahia, Brasil, in: Prado, P.I., Landau, E.C., Moura, R.T., Pinto, L.P.S., Fonseca, G.A.B., Alger, K. (Orgs.), Corredor de biodiversidade da Mata Atlântica do sul da Bahia. IESB/CI/CABS/UFMG/UNICAMP, Ilhéus, p. 1–15.
  3. Siqueira, J.D.P., Lisboa, R.S., Ferreira, A.M., Souza, M.F.R., Araújo, E., Lisbão-Júnior, L., Siqueira, M. de M., 2004. Estudo ambiental para os programas de fomento florestal da Aracruz Celulose S.A. e extensão florestal do governo do estado do Espírito Santo. Floresta 34, 3–67.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada na Área de Proteção Ambiental Cairuçu (Bovini 2760), Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira (Santos 400), Estação Biológica de Santa Lúcia (Kohlmann 2305), Estação Ecológica de Bananal (Polisel 773), Estação Ecológica de Chauás (Sampaio 83), Floresta Estadual do Palmito (Brotto 677), Parque Ecológico do Mico Leão Dourado (Kroff 77), Parque Estadual Carlos Botelho (Moraes 2174), Parque Estadual da Pedra Branca (Solorzano 71), Parque Estadual da Serra da Tiririca (Barros 3042), Parque Estadual da Serra do Mar (Souza 512), Parque Estadual das Lauráceas (Broto 1876), Parque Estadual de Itaúnas (Oliveira 498), Parque Estadual do Biribiri (Oliveira s.n.), Parque Estadual do Rio Doce (Bovini 1364), Parque Estadual do Rio Preto (Pontes 399), Parque Estadual Municipal do Mico Leão Dourado (Fernandes 937), Parque Estadual Pariquera Abaixo (Godoy 138), Parque Nacional da Serra do Itajaí (Caglioni 93), Parque Nacional da Tijuca (Rosa 788), Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange (Brotto 864), Reserva Biológica da Represa do Grama (Castro 738), Reserva Biológica de Sooretama (Giaretta 704), Reserva Biológica Federal do Tinguá (Rodrigues 38), Reserva Biológica Municipal Santa Cândida (Garcia s.n.), Reserva Biológica União (Oliveira 328a), Reserva Natural da Serra do Teimoso (Amorim 2347), Reserva Natural da Vale (Cruz 3745), Reserva Particular do Patrimônio Natural Brumas do Espinhaço e Ermo do Gerais (Ferreira-Junior 692), Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra Bonita (Liuth 142), Reserva Particular do Patrimônio Natural Reserva Volta Velha (Grings 1826).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015) e do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.
  2. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Além da presença dos óleos (Morais et al., 1972), a madeira de Aniba firmula é própria para a carpintaria e marcenaria (Marques, 2001). Na região do Vale do Ribeira usa- se a madeira desta espécie em coronha de espingarda e em Ubatuba é ainda utilizada para sombrear plantios do cacaueiro (Baitello, 2003).
Referências:
  1. Baitello, J.B., 2003. Lauraceae, in: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M., Kirizawa, M. (Orgs.), Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, p. 149–224.
  2. Marques, C.A., 2001. Importância econômica da Família Lauraceae Lindl. Floresta e Ambient. 8, 195–206.
  3. Morais, A.A., Rezende, C.N.A. da M., Bülow, M.V.V., Mourão, J.C., O.R., G., Marx, M.C., Rocha, A.I., Magalhães, M.T., 1972. Óleos essenciais de espécies do gênero Aniba. Acta Amaz. 2, 41–44.